quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

LEDA

“o grande pássaro alçará o seu primeiro vôo partindo do dorso do Grande Cisne, fará o mundo ficar maravilhado, será por todos descrito e será a glória eterna do ninho onde nasceu”. (Da Vinci)


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O Cogumelo Errante e A Árvore das Multifacetas


Num encontro marcado entre dois amigos de longa data, o Cogumelo precipitou-se:
- Por que me censuras, quando o que ansio de ti é um largo sorriso de parabenização? Por que não finges que a vida também nos oferece prazeres dos quais possamos descontar sua infindável fonte de incertezas e de caprichos de modo a contabilizar um saldo positivo? Por que, enfim, tu não permites eu me regozijar de uma vitória, ainda que em seguida prove do gosto perturbador da culpa que acompanha o insucesso?


- Tu, a quem cubro de presentes e alivio às necessidades básicas de uma vida vazia, deves aprender que as chances de um amor residem na sua história como um todo. Desde o primeiro encontro, os que se propõem a compartilhar uma vida no futuro precisam encontrar no outro a constante satisfação tanto de seus desejos, quanto de suas necessidades mais reais.


- Então não nos aceitas por ter o nosso encontro, embora arrebatador e aparentemente próspero em função de interesses e de sonhos em comum, fugido de tua lei formal? Afinal, quem te consideras para propor uma teoria sobre o amor? Serás uma bem-sucedida nesse sentido ou exatamente o contrário?


Ressentida, adianta-se a Árvore:
- Tu bem sabes que nada me falta: oficializei meus sentimentos há muitos anos, quando ainda eras garoto, e hoje tenho filhos. Confortavelmente, vivemos na mais bela casa de toda esta cidade, de maneira que não me recordo ter tido arrependimentos.


- Mas que grande negócio! –falou o Cogumelo, aturdido, ao passar os dedos pela barba rala.


- Vamos, não me sejas hipócrita! Imagina que agora, em minha maturidade, penso ser o amor nada mais que o sentimento de não se estar sozinho. Entretanto concordo contigo quando despejas críticas naqueles que nos rodeiam. É por eles, é pelo poder de destruição dessa massa curiosa e vigilante, que tudo fazemos num casamento. Por exemplo, queres dia mais tenso e entediante que aquele do almoço em família? Não se pode encher os pulmões e esvaziá-los ruidosamente sem que alguém não avente a possibilidade de um câncer pulmonar no porvir. Eu sequer fumo! Também os aniversários, as viagens, as boas notas escolares das crianças nada mais são do que o preço da paz.


Reconhecendo sinceridade e pesar nas palavras de sua amiga, o Cogumelo fez uma pausa; mas prosseguiu com sua campanha pela aprovação.
- Lembra-te do momento em que escolheste responder a todas as perguntas, satisfazendo a intromissão alheia?


- Meu caro, ninguém decide por viver uma vida de mosaico: feita de várias peças, umas diferentes das outras, cada qual aplicada numa base nua por artesãos (a nudez é a ausência de valores; representa a nossa infância). Essas peças, peculiaridades das personalidades de cada um, provêm da cultura, que depende do tempo e do espaço. Dessarte, há mosaicos reverenciados que remotam a épocas precedentes de Cristo, mas também aqueles que ensejam embates entre Estados; como é o caso da questão religiosa.


- Sim, parece irresistível que uma criança absorva, sem objeções, tudo aquilo que lhe é imposto como imprescindível para a sua sobrevivência num Coliseu monstruoso, do qual seus próprios pais são sócios.


E continuou... :
- O que, então, motiva-me a resistir? Terá sido uma falha no recrutamento administrado por meus pais?


Rindo-se da ingenuidade de Cogumelo, a Árvore retrucou:
- Não, não é tão sério! Tu apenas te debates nas águas das quais darás de beber a teus filhos. Resistes por seres jovem e, portanto, não sabedor das responsabilidades do cotidiano: manter a casa limpa, sentar-se à mesa com as crianças para ensinar-lhes as operações matemáticas e trabalhar durante horas para, simplesmente, conservar a geladeira cheia e estar em dia com as obrigações para com o Estado.


A despeito, porém, da convincente argumentação da amiga, furtivamente o Cogumelo gargalhou dando-lhe tapinhas por cima do ombro direito:
- A juventude, para alguns, não se confunde com alienação. Nem sempre somos dominados pelas imposições territoriais ou passadistas e, ademais, não te esqueças daqueles que têm a coragem de transcender às determinações que os cercam. Estes, normalmente, são considerados volúveis, já que, sedentos de desfrutar de tudo o que lhes parece interessante e energético, mudam de foco quando lhos convém, e retardados, por serem negligentes àquilo que lhos parece banal. São esses os criadores de cultura! Atacando cada canto das mentes fatigadas pelo marasmo do constante, pela planificação da vida, que deveria ser como o ar – todos os dias reaproveitado, mas mudado, e passível de purificação -, inovam de tal sorte a edificar inédita infra-estrutura, cuja massa, ainda frágil, será petrificada pelo ar que a secará. E é assim, minha amiga, que me desenlaço da idéia errônea de ser a imprevisibilidade um fator a ser subtraído dos prazeres – ela deve, sim, somar-se sob a terminologia “dádiva do elemento surpresa” – e que me desfaço do desejo de obter a tua aprovação a respeito de meu amor. Eu decido que o terei como escada para um novo modo de vida: isso significará a satisfação de minhas necessidades básicas e, automaticamente, a realização de meus desejos.
Por Natália Cavalcanti de Albuquerque.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O (nosso) Nordeste!


O Brasil divide-se em cinco regiões político-administrativas – Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste – sendo cada uma composta por estados. A região Nordeste, por exemplo, consiste em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Assim como a cultura do Brasil em geral, o Nordeste é repleto de peculiaridades. O modo de falar, de se vestir, de encarar a cultura popular como sendo riqueza genuína das terras verde e amarelo são intrigantes atrativos que nos levam a um acentuado fluxo de turistas, especialmente na época das férias. Norte-americanos, suíços, franceses buscam no Nordeste o calor, a hospitalidade e a alegria que raramente se encontram no inverno do Hemisfério Norte.

As praias, as mesmas que encantaram os portugueses de 1500, são lembradas com saudosismo pelos mais velhos que viveram da boemia. Ruas estreitas, chinelos de couro nos pés, violão à mão e um bar à esquina consistiam num mundo fantástico, porém “real”, a envolver ares românticos, literários e de um otimismo ingênuo pelo porvir. Da costa às regiões canavieiras mais afastadas, muitos livros foram embalados pelos lápis de mentes que sonharam com as “vidas secas” ou que as viveram.

Não só livros, mas também a arquitetura, a escultura e a pintura incrementam o arcabouço cultural de um povo ligado à tradição. João Cabral de Melo Neto, Francisco Brennand e Mestre Vitalino são nomes proeminentes que traduzem quão rica é a arte nessa região. Também Papangus, caboclinhos e boi-bumbá são figuras, estas mais folclóricas, a brincarem na mente borbulhante de um nordestino que sorri, aparentemente, à toa.
Por Natália Cavalcanti de Albuquerque.



Links relacionados:

http://www.pe-az.com.br
http://www.portalbrasil.net/regiao_nordeste.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141997000100013&script=sci_arttext

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quem...? HANS Kelsen?!!




Hans Kelsen encerrou-se... “virgem”?!

Kelsen fez do Direito uma CIÊNCIA tão complexa, por meio de suas idéias logicamente indubitáveis, que se tornou amigo “íntimo” de Malthus.

Sob influência desse “beato”, nosso jurista creu piamente na abstinência sexual entre pessoas de sexos opostos como forma de controle de natalidade. Afinal, quanto menos nascimentos, mais ínfima a probabilidade da inserção de indivíduos a praticar ilícitos (não, amigos, não usemos o termo fatos antijurídicos passíveis de imputabilidade jurídica, pois tudo é regulado pelo Direito: quando não se obrigada ou não se proíbe, permite-se. E que não nos ouçam os juízes arbitrários, que adoram colmatar lacunas jurídicas segundo posições valorativas) na esfera normativa, ou seja, menos “Se A, deve ser B” (A = conduta regulada, B = sanção jurídica), menos bananas a fazer uso do Direito, tão positivo aos moldes kelsenianos.

Mas eis que nos surge uma indagação do tipo Bobbio atrás da orelha de Kelsen [concordam que Bobbio foi um “pulguento” plagiador? Traduziu toda a Teoria Pura do Direito e em poucos termos discordou ou inovou – o primeiro adjetivo foi idealizado para causar entendimento da metáfora (uma “pulga atrás da orelha” não é agradável e ela sempre pode, localizada à orelha, observar e copiar o que o hospedeiro produz). Não tive a grave intenção de compará-lo a um cachorrinho. Aliás, por que não? Cachorros costumam acordar seus donos “babando seus ovos”, certo, “adoradores” criadores de cães? Haha]. A questão é: Kelsen foi homossexual? Ó, por quê?! Porque o casamento entre um homem e uma mulher, sendo permitido, encontrava-se no âmbito dever-ser, correto? Mas disso nasceriam pimpolhos a serem abarcados pela esfera jurídica. E como ele já estava pensando em livrar-se daqueles alemães nazistas e másculos fugindo para os E.U.A, para por lá reformular parte de suas complexíssimas idéias acerca do Direito, bem concluiu: duma união sexual entre mim e Malthus não surgiriam mais pessoas ao julgo do “Se A, deve ser B”.

É assim, caros amigos, que vos apresento Kelsen, o moçoila do jurisdiquês, e Malthus, a moçoila da doença francesa (já que, por motivos “religiosos”, não aceitava uma grande invenção inglesa: o preservativo). Minha nossa! Agora me dei conta de que Kelsen, além de não ter morrido virgem, encerrou-se doentinho. Então deve ter sido por isso que, durante sua estada em solo norte-americano, fez questão de tornar o Direito uma ciência menos “dura”. Decepcionou-se com Malthus. Ahhhh...Triste!
Por Natália Cavalcanti de Albuquerque.

Arte cheia, arte vazia.


O prefácio

Veio
E me veio com intensidade
Disse-me que seria muito gratificante ver flores no Capibaribe
Eu as vi
Por um instante
Um instante com o qual poeta nenhum faria uma rima
Porque a arte nasce da tristeza
E está morta na felicidade
A felicidade faz-se arte em si
Arte curiosa

A arte da felicidade não é a mesma arte do artista
Aquela subsiste de frases tolas e de gestos coincidentes
Esta é real
Profunda
Forte por fazer do Capibaribe um cão sem plumas


A origem

Muitos idos, outros vindos
Os idos pioneiros guiam-se com o coração na mente
Os idos nunca vão mortos, ainda que já estraçalhados
Os vindos novos são como a primeira ida
Estão frescos, mas só têm coração...
E este age em si e por si
Os vindos de novo perecem no momento mesmo em que reconhecem a futilidade e a fugacidade da arte da felicidade,
Matam-se
E tornam-se...
Uns, simplesmente, ocos
Outros ocos e ativos e cheios de qualquer coisa: os mais resistentes

Aquele que morre a cada verso descobriu a fatalidade da felicidade na arte
É um viciado
Na dor daqueles que riem
Na profundidade de tudo o que parece raso
No molhado das águas
No óbvio

O durante

Ora cheios de tudo
Ou vazios pelo tudo
Ora cheios de nada
Ou vazios pelo nada... dias de pressão

São bobos, motivos de escárnio
Porque buscam todo um alfabeto,
Um livro
Numa palavra de quatro letras
Porque as flores lhes parecem ser feitas do mesmo material das armas...
A diferença é que, enquanto Ela tem cheiro gostoso, a outra trai e, por isso, atrai
... E então Deus fez espinhos crescerem nas flores

Amam e odeiam
Não,
Sim, o segundo verbo não ganhou vida senão para atacar os verdadeiros loucos




O depois
...

Não há um fim
...
Por Natália Cavalcanti de Albuquerque.

(Poesia inacabada)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Boas-vindas!

E agora tenho um "blog". Se isso é bom? Veremos. Mas não relativizo o fato de gostar de escrever nem a primitiva vaidade de ansiar ser lida.
Muito bem, está feito. Agora basta dizer e concretizar: "mãos à obra!".
Natália.